quarta-feira, 2 de abril de 2014

Estudo 8 – Atitudes que atrapalham a comunhão. IBCA, 06/04/14.


Textos de Referência: Gálatas 5 e Salmo 133.

INTRODUÇÃO
Aceitação/Rejeição – Aceitação é uma palavra muito usada no âmbito social.  Desde os primórdios de nossas existências sociais, seja em família, na creche, pré-escola ou mesmo na escolinha da igreja; esta é uma palavra de ordem.  Procuramos nossos pares, pessoas com as quais nos identifiquemos.  Ansiamos pela aprovação do grupo o que implica em sua conseqüente aceitação.  O contrário disso seria resistência, o que implicaria em rejeição.  Não vou generalizar tudo de uma maneira tão simplória rotulando tudo como grupinhos ou panelinhas. Não posso ser hipócrita em dizer que afinidades não existem, observamos isso até mesmo entre os seguidores de Cristo: havia uma multidão que o seguia, peneirando um pouquinho ficavam 70, destes apenas 12 foram “recrutados” por assim dizer como seus discípulos e futuros apóstolos e destes um grupo seleto estava sempre em torno de Cristo: Pedro e os irmãos Tiago e João, os filhos do trovão.  E dentre estes, havia um a quem Jesus demonstrava amar de maneira especial, embora não citasse o seu nome, tudo leva a crer que era João (João 13.23).   Nós também agimos assim, no entanto, não observamos por vezes a determinação de Cristo de amarmos o nosso próximo como a nós mesmos e isto implica em aceitação, compreensão e relacionamento.

A lição de hoje nos admoesta a evitarmos atitudes que podem segregar as pessoas do nosso convívio, nos levando a um confinamento peninsular.  No entanto, ainda que queiramos nos transformar em ilhas, somos como que penínsulas e nossa conexão com o mundo deve ser o amor de Cristo.

I. NÃO DEVO ME QUEIXAR DO MEU IRMÃO – Sofremos pressão o tempo todo, erramos, falhamos e sentimos necessidade de justificarmos os nossos erros: “a mulher que Tu me destes...”; fulano me induziu ao erro, beltrano não fez sua parte, cicrano não entende nada.  São inúmeras as desculpas para tentar disfarçar a minha e a sua responsabilidade quando falhamos em realizar algo que nos foi confiado.  Mas a resolução dos problemas interpessoais, reside na condição de  aceitarmos nossas limitações e ao mesmo tempo, procurar a correção e melhorar, aprendendo a dar o melhor de mim mesmo, sem criar grandes expectativas quanto ao meu próximo, procurando entender as limitações do outro, ajudando-o em suas dificuldades e aprendendo a conviver.
Por vezes nos escudamos de nossas faltas e responsabilidades, usando o escudo da culpa, que nada mais é que transferência.  O autor da lição nos lembra, por exemplo, que ao invés de queixas pela falta de cooperação nas atividades e reuniões, que seria muito mais honesto assumir que falhamos em liderar, planejar e divulgar.

II. NÃO DEVO DESTRUIR O MEU IRMÃO – Não podemos usar nossa liberdade cristã para sermos grosseiros com o nosso próximo, descorteses, deselegantes, inábeis no trato interpessoal.  Algumas pessoas agem como verdadeiros porcos espinhos.  Aliás, é o que parece indicar o verso 15 (conforme Gal. 5), que são porcos ou cães se alimentando, disputando o alimento.
A comunidade terapêutica não é uma utopia.  Nossas igrejas têm dificuldades, a questão é como lidamos com elas e com os conflitos.  Alimentamos a fogueira das dissensões, ou eliminamos o seu suprimento de oxigênio a fim de que as labaredas da discórdia se extingam? Sempre podemos aprender com aqueles que são diferentes de nós, mas precisamos estar dispostos a recebê-los, resgatá-los e amá-los.

O Salmo 133 nos mostra a importância da união entre os irmãos.  Viver em união não significa concordar com tudo o que o seu irmão diz.  Precisamos aprender a ouvir respeitosamente as pessoas e não apenas impor-lhes os nossos pontos de vista.  Precisamos ouvir os que concordam conosco e os que discordam de nós.  Essas pessoas podem contribuir com pontos de vista diferentes, trazendo luz e revelando nuances que passariam despercebidos por nós, enriquecendo assim, a discussão em prol do bem comum. 

É assim que nós batistas procedemos, através do princípio de livres pensadores, usamos um sistema chamado congregacional democrático, baseado no qual, tomamos nossas decisões através de assembléias administrativas regulares ou extraordinárias.  Os outros grupos religiosos não entendem por que nós trazemos matérias para apreciação do plenário, a fim de que sejam discutidas e apreciadas por todos.  Mais uma vez o velho é bom português prega peças nos mais desavisados.  A palavra discussão refere-se a um debate com o fim de elucidar um determinado assunto através da analise dos argumentos postos pelas partes.  No mundo isto não é possível pois não há o elemento do amor e da harmonia que regula as relações humanas, as pessoas se inflamam quando alguém discorda educadamente da outra.  Nós batistas quando votamos uma proposta ou contra-proposta, estamos procurando o que há de melhor para aquela Agência do Reino de Deus naquele lugar; de modo que quando uma proposta de nossa autoria perde, nós entendemos que esta era a vontade do Espírito Santo de Deus expressa através dos votos; não iremos fazer como os políticos que de tudo farão para sabotar o plano de trabalho do outro, por que a sua proposta perdeu.  Não!  Todos trabalharão para que tudo dê certo, para que o Reino de Deus cresça mais e mais.

III. NÃO POSSO PROVOCAR O MEU IRMÃO – No esquema abaixo, com base em Gálatas 5.16-26; Paulo nos desafia a sermos controlados pelo Espírito Santo e não pelo nosso Ego, conforme salientou o Pr. Alessandro em sua pastoral sobre “A morte do Eu”.  Precisamos viver numa comunidade onde as pessoas não vivam em contínua provocação e combate, digladiando=se mutuamente como desafetos.

Vida controlada pelo Espírito Santo
Vida controlada pela Carne
AMOR
PROSTITUIÇÃO, IMPUREZA E LASCÍVIA
ALEGRIA
IDOLATRIA E FEITIÇARIA
PAZ
INIMIZADES, PORFIAS, EMULAÇÕES, IRAS
PACIÊNCIA
PELEJAS E DISSENSÕES
BENIGNIDADE
HERESIAS
BONDADE
INVEJA
FIDELIDADE (FÉ)
HOMICÍDIOS
MANSIDÃO
BEBEDICES, GLUTONARIAS (VÍCIOS)
TEMPERANÇA (DOMÍNIO PRÓPRIO)
DESTEMPERANÇA (DESEQUILÍBRIO)


Faça uma analise introspectiva e projete-a para o grupo.  Há disputas e provocações entre nós?  Qual é a causa?  As causas são a falta de controle que o Espírito Santo exerce sobre nossas vidas e o nosso orgulho.  Precisamos entender que somos conservos de Cristo, não há superiores entre nós.  Precisamos nos aceitar, nos respeitar e nos amarmos uns aos outros.  Assim fazendo nossa igreja permanecerá sendo um lugar para todos! 

(Com base na lição: Comunidade Terapêutica da Ed. Horizonal).

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