Textos de Referência: Gálatas 5 e Salmo 133.
INTRODUÇÃO
Aceitação/Rejeição – Aceitação é uma palavra muito usada no âmbito
social. Desde os primórdios de nossas
existências sociais, seja em família, na creche, pré-escola ou mesmo na
escolinha da igreja; esta é uma palavra de ordem. Procuramos nossos pares, pessoas com as quais
nos identifiquemos. Ansiamos pela
aprovação do grupo o que implica em sua conseqüente aceitação. O contrário disso seria resistência, o que
implicaria em rejeição. Não vou
generalizar tudo de uma maneira tão simplória rotulando tudo como grupinhos ou
panelinhas. Não posso ser hipócrita em dizer que afinidades não existem,
observamos isso até mesmo entre os seguidores de Cristo: havia uma multidão que
o seguia, peneirando um pouquinho ficavam 70, destes apenas 12 foram
“recrutados” por assim dizer como seus discípulos e futuros apóstolos e destes
um grupo seleto estava sempre em torno de Cristo: Pedro e os irmãos Tiago e
João, os filhos do trovão. E dentre
estes, havia um a quem Jesus demonstrava amar de maneira especial, embora não
citasse o seu nome, tudo leva a crer que era João (João 13.23). Nós
também agimos assim, no entanto, não observamos por vezes a determinação de
Cristo de amarmos o nosso próximo como a nós mesmos e isto implica em
aceitação, compreensão e relacionamento.
A lição de hoje nos admoesta a evitarmos atitudes que podem segregar as
pessoas do nosso convívio, nos levando a um confinamento peninsular. No entanto, ainda que queiramos nos
transformar em ilhas, somos como que penínsulas e nossa conexão com o mundo
deve ser o amor de Cristo.
I. NÃO DEVO ME QUEIXAR DO MEU IRMÃO
– Sofremos pressão o tempo todo, erramos, falhamos e sentimos
necessidade de justificarmos os nossos erros: “a mulher que Tu me destes...”;
fulano me induziu ao erro, beltrano não fez sua parte, cicrano não entende
nada. São inúmeras as desculpas para
tentar disfarçar a minha e a sua responsabilidade quando falhamos em realizar
algo que nos foi confiado. Mas a
resolução dos problemas interpessoais, reside na condição de aceitarmos nossas limitações e ao mesmo
tempo, procurar a correção e melhorar, aprendendo a dar o melhor de mim mesmo,
sem criar grandes expectativas quanto ao meu próximo, procurando entender as
limitações do outro, ajudando-o em suas dificuldades e aprendendo a conviver.
Por vezes nos escudamos de nossas faltas e responsabilidades, usando o
escudo da culpa, que nada mais é que transferência. O autor da lição nos lembra, por exemplo, que
ao invés de queixas pela falta de cooperação nas atividades e reuniões, que seria
muito mais honesto assumir que falhamos em liderar, planejar e divulgar.
II. NÃO DEVO DESTRUIR O MEU IRMÃO –
Não podemos usar nossa liberdade cristã para sermos grosseiros com o
nosso próximo, descorteses, deselegantes, inábeis no trato interpessoal. Algumas pessoas agem como verdadeiros porcos
espinhos. Aliás, é o que
parece indicar o verso 15 (conforme Gal. 5), que são porcos ou cães se alimentando,
disputando o alimento.
A comunidade terapêutica não é uma utopia. Nossas igrejas têm dificuldades, a questão é
como lidamos com elas e com os conflitos.
Alimentamos a fogueira das dissensões, ou eliminamos o seu suprimento de
oxigênio a fim de que as labaredas da discórdia se extingam? Sempre podemos
aprender com aqueles que são diferentes de nós, mas precisamos estar dispostos
a recebê-los, resgatá-los e amá-los.
O Salmo 133 nos mostra a importância da união entre os irmãos. Viver em união não significa concordar com
tudo o que o seu irmão diz. Precisamos
aprender a ouvir respeitosamente as pessoas e não apenas impor-lhes os nossos
pontos de vista. Precisamos ouvir os que
concordam conosco e os que discordam de nós.
Essas pessoas podem contribuir com pontos de vista diferentes, trazendo
luz e revelando nuances que passariam despercebidos por nós, enriquecendo assim,
a discussão em prol do bem comum.
É assim que nós batistas procedemos, através do princípio de livres
pensadores, usamos um sistema chamado congregacional democrático, baseado no
qual, tomamos nossas decisões através de assembléias administrativas regulares
ou extraordinárias. Os outros grupos
religiosos não entendem por que nós trazemos matérias para apreciação do
plenário, a fim de que sejam discutidas e apreciadas por todos. Mais uma vez o velho é bom português prega
peças nos mais desavisados. A palavra
discussão refere-se a um debate com o fim de elucidar um determinado assunto
através da analise dos argumentos postos pelas partes. No mundo isto não é possível pois não há o
elemento do amor e da harmonia que regula as relações humanas, as pessoas se
inflamam quando alguém discorda educadamente da outra. Nós batistas quando votamos uma proposta ou
contra-proposta, estamos procurando o que há de melhor para aquela Agência do
Reino de Deus naquele lugar; de modo que quando uma proposta de nossa autoria
perde, nós entendemos que esta era a vontade do Espírito Santo de Deus expressa
através dos votos; não iremos fazer como os políticos que de tudo farão para
sabotar o plano de trabalho do outro, por que a sua proposta perdeu. Não! Todos
trabalharão para que tudo dê certo, para que o Reino de Deus cresça mais e
mais.
III. NÃO POSSO PROVOCAR O MEU IRMÃO
– No esquema abaixo, com base em Gálatas 5.16-26; Paulo nos
desafia a sermos controlados pelo Espírito Santo e não pelo nosso Ego, conforme
salientou o Pr. Alessandro em sua pastoral sobre “A morte do Eu”. Precisamos viver numa comunidade onde as
pessoas não vivam em contínua provocação e combate, digladiando=se mutuamente
como desafetos.
Vida controlada pelo Espírito Santo
|
Vida controlada pela Carne
|
AMOR
|
PROSTITUIÇÃO,
IMPUREZA E LASCÍVIA
|
ALEGRIA
|
IDOLATRIA E FEITIÇARIA
|
PAZ
|
INIMIZADES,
PORFIAS, EMULAÇÕES, IRAS
|
PACIÊNCIA
|
PELEJAS E DISSENSÕES
|
BENIGNIDADE
|
HERESIAS
|
BONDADE
|
INVEJA
|
FIDELIDADE (FÉ)
|
HOMICÍDIOS
|
MANSIDÃO
|
BEBEDICES, GLUTONARIAS
(VÍCIOS)
|
TEMPERANÇA (DOMÍNIO PRÓPRIO)
|
DESTEMPERANÇA
(DESEQUILÍBRIO)
|
Faça uma analise introspectiva e projete-a para o grupo. Há disputas e provocações entre nós? Qual é a causa? As causas são a falta de controle que o
Espírito Santo exerce sobre nossas vidas e o nosso orgulho. Precisamos entender que somos conservos de
Cristo, não há superiores entre nós.
Precisamos nos aceitar, nos respeitar e nos amarmos uns aos outros. Assim fazendo nossa igreja permanecerá sendo
um lugar para todos!
(Com base na lição: Comunidade Terapêutica da Ed. Horizonal).
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