Estudo 6 – A terapia da humildade e do perdão.
Textos de
Referência: Fp 2.1-18; Col 3.1-17; Mt 18.15-35; Tg 5.1-20.
I. PRONTOS A SERVIR – vivemos
numa época de valores deturpados, onde normalmente a sociedade o enxerga pelo
que você tem e não necessariamente pelo que você é. Se a igreja aceitar integralmente a proposta
do cristianismo, viveremos sempre na contra-mão da sociedade, ou seja num não conformismo
secular que nos orientaria a ser e não necessariamente a ter; e o ter não
implicaria numa divisão classista e sim, na concepção de que o real
proprietário – o Senhor do Universo, dotou a alguns de nós de bens com o
propósito de bem servirmos ao Reino de Deus e ajudarmos aos nossos semelhantes.
Qual o sentimento de Cristo que nos
foi proposto por Paulo como desafio à nossa conduta cristã? Fp 2.5-8
nos dá esta resposta. Jesus, o filho do
Deus Excelso renunciou à sua condição, esvaziando-se para nos servir (Is
53). Por vezes, muitos de nós que
possuem alguma autoridade, ao ser abordado de qualquer maneira, respondem ao
seu interlocutor dizendo: “você sabe com quem você está falando?” Querendo com isso demonstrar a sua
superioridade em detrimento da condição do outro. Jesus não só não recomenda esta atitude, como
a condena veementemente, como se observa em Mt 5.22 ao fazer menção das
conseqüências do uso do termo “RACA”
(desprezível) no trato do seu próximo.
O Dr. Russel Shedd[1]
aponta para quatro características essenciais para uma igreja ser distinguida
como povo santo em meio a um ambiente mundano:
1. Ter o mesmo
pensamento;
2.
Possuir o mesmo amor;
3.
Concordância e,
4. Unidade de
pensamento.
Tudo isso será possível se evitarmos no seio da igreja murmurações e
dissensões. O que pode ser alcançado
adotando-se a perspectiva de Cristo de humildade, serviço, amor e perdão. Ao colocarmos de lado uma preocupação
exclusivista com os nossos interesses e passando do egoísmo ao altruísmo: “não
olhe cada um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos
outros.” (Filipenses 2:4).
Vez por outra alguém brinca comigo tratando-me por mestre, ao que
respondo solenemente: “discípulo do Mestre!”.
A bíblia nos mostra que somos conservos uns dos outros (Ap.19.10). Em I Cor 3.18-23, Paulo demonstra que não há
superiores entre nós. Há líderes no meio
evangélico que precisam ser reconhecidos por alguma titularidade que o
transforme em algo além de reles mortais: bispos, reverendos, apóstolos, ‘paistores’,
patriarcas das nações; quando na verdade somos todos cooperadores e conservos
de Deus; entendendo que sem Cristo “nada podemos fazer!” (João 15.5).
Em Colossenses 3 Paulo nos dá a
fórmula para uma ajustada vida cristã em meio à comunidade dos santos, zelando
pela santidade e pelo amor fraternal:
1. Seguir o
modelo do coração compassivo de Cristo (v. 12 e 13);
2.
Permitir que o amor conduza nossas vidas (v. 14);
3.
Deixar que a paz de Cristo domine o cerne de nossas
existências (v. 15);
4.
Ser gratos e reconhecidos a Deus por uma tão grande
salvação (v. 15);
5.
Guiar-se pela Palavra de Deus conhecendo-a,
compartilhando-a e, acima de tudo, vivenciando-a (v. 16);
6. Honrar a
Cristo na qualidade de seu representante (v. 17).
II. PERDOANDO AS OFENSAS
Como lidar com o irmão faltoso? É o próprio
Jesus quem responde em Mateus 18.15-35; quando ao responder aos seus discípulos
sobre o questionamento que os inquietava – quem era o maior entre eles; começa
a ensinar-lhes lições sobre humildade e perdão.
Jesus nos ensinou muito além das palavras, pois nos deu o seu exemplo de
vida e mesmo em meio a dor, a humilhação e a morte, Jesus foi capaz de perdoar e interceder até
os seus verdugos (Lucas 23.34a).
O perdão das nossas faltas está
correlacionado à nossa capacidade de oferecer perdão – Já vimos
isto na Parábola do credor incompassivo e aprendemos esta reiterada lição
através da oração modelo de Cristo, em Mt 6.12, 14 e 15. Até nossas ofertas são rejeitadas por Deus,
pois se constituem numa religiosidade ritualística e cerimonialística,
destituída de real significado (Mt 5.21 a 24).
O verdadeiro teste de amor a Deus perpassa
pelo amor ao nosso irmão, mesmo àquele que nos causa dano, sob pena de nos
constituirmos mentirosos e hipócritas (I João 4.20 e 21).
III. CONFESSANDO OS PECADOS
Os seis primeiros passos do AA que norteiam o Celebrando a Recuperação são:
1.º O
Reconhecimento de que é impotente ante o vício (ou o pecado, no caso) – Rom
7.18;
2.º Um poder
superior a nós pode restituir a nossa sanidade (neste caso, Jesus Cristo);
portanto precisamos aceitar ajuda – Fp 2.13;
3.º Entregar
nossas vidas e vontades aos cuidados de Deus.
Rendição ao senhorio de Cristo – Mt 11.28-30;
4.º Fazer um
inventário de si mesmo. Através de um auto-exame,
refletir nos danos causados e sofridos e pedir perdão (Lm 3.40);
5.º Admitir,
confessar e reparar os erros (Tg 5.16; I
João 1.9);
6.º Permitir
que Deus remova os defeitos de caráter, submetendo-se à transformação (Sl
37.5).
À exemplo de
Jesus na Cruz do Calvário, sejamos como “a árvore do sândalo
que perfuma
até o machado que a corta” (Rabindranath Tagore).
Prof. Francisco Barros
servo do Senhor
[1]
Alegrai-vos no Senhor: uma exposição de Filipenses. SP: Ed. Vida Nova, 1988, p.51.
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