segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A TERAPIA DA HUMILDADE E DO PERDÃO - AULA EBD 6, IBCA, 02 FEV 14












Estudo 6 – A terapia da humildade e do perdão.

Textos de Referência: Fp 2.1-18; Col 3.1-17; Mt 18.15-35; Tg 5.1-20.
I. PRONTOS A SERVIR – vivemos numa época de valores deturpados, onde normalmente a sociedade o enxerga pelo que você tem e não necessariamente pelo que você é.  Se a igreja aceitar integralmente a proposta do cristianismo, viveremos sempre na contra-mão da sociedade, ou seja num não conformismo secular que nos orientaria a ser e não necessariamente a ter; e o ter não implicaria numa divisão classista e sim, na concepção de que o real proprietário – o Senhor do Universo, dotou a alguns de nós de bens com o propósito de bem servirmos ao Reino de Deus e ajudarmos aos nossos semelhantes.

Qual o sentimento de Cristo que nos foi proposto por Paulo como desafio à nossa conduta cristã? Fp 2.5-8 nos dá esta resposta.  Jesus, o filho do Deus Excelso renunciou à sua condição, esvaziando-se para nos servir (Is 53).  Por vezes, muitos de nós que possuem alguma autoridade, ao ser abordado de qualquer maneira, respondem ao seu interlocutor dizendo: “você sabe com quem você está falando?”  Querendo com isso demonstrar a sua superioridade em detrimento da condição do outro.  Jesus não só não recomenda esta atitude, como a condena veementemente, como se observa em Mt 5.22 ao fazer menção das conseqüências do uso do termo “RACA” (desprezível) no trato do seu próximo.

O Dr. Russel Shedd[1] aponta para quatro características essenciais para uma igreja ser distinguida como povo santo em meio a um ambiente mundano:
1.      Ter o mesmo pensamento;
2.      Possuir o mesmo amor;
3.      Concordância e,
4.      Unidade de pensamento.

Tudo isso será possível se evitarmos no seio da igreja murmurações e dissensões.  O que pode ser alcançado adotando-se a perspectiva de Cristo de humildade, serviço, amor e perdão.  Ao colocarmos de lado uma preocupação exclusivista com os nossos interesses e passando do egoísmo ao altruísmo: “não olhe cada um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros.” (Filipenses 2:4).

Vez por outra alguém brinca comigo tratando-me por mestre, ao que respondo solenemente: “discípulo do Mestre!”.  A bíblia nos mostra que somos conservos uns dos outros (Ap.19.10).  Em I Cor 3.18-23, Paulo demonstra que não há superiores entre nós.  Há líderes no meio evangélico que precisam ser reconhecidos por alguma titularidade que o transforme em algo além de reles mortais: bispos, reverendos, apóstolos, ‘paistores’, patriarcas das nações; quando na verdade somos todos cooperadores e conservos de Deus; entendendo que sem Cristo “nada podemos fazer!” (João 15.5).

Em Colossenses 3 Paulo nos dá a fórmula para uma ajustada vida cristã em meio à comunidade dos santos, zelando pela santidade e pelo amor fraternal:
1.      Seguir o modelo do coração compassivo de Cristo (v. 12 e 13);
2.      Permitir que o amor conduza nossas vidas (v. 14);
3.      Deixar que a paz de Cristo domine o cerne de nossas existências (v. 15);
4.      Ser gratos e reconhecidos a Deus por uma tão grande salvação (v. 15);
5.      Guiar-se pela Palavra de Deus conhecendo-a, compartilhando-a e, acima de tudo, vivenciando-a (v. 16);
6.      Honrar a Cristo na qualidade de seu representante (v. 17).

II. PERDOANDO AS OFENSAS

Como lidar com o irmão faltoso? É o próprio Jesus quem responde em Mateus 18.15-35; quando ao responder aos seus discípulos sobre o questionamento que os inquietava – quem era o maior entre eles; começa a ensinar-lhes lições sobre humildade e perdão.  Jesus nos ensinou muito além das palavras, pois nos deu o seu exemplo de vida e mesmo em meio a dor, a humilhação e a morte,  Jesus foi capaz de perdoar e interceder até os seus verdugos (Lucas 23.34a).

O perdão das nossas faltas está correlacionado à nossa capacidade de oferecer perdão – Já vimos isto na Parábola do credor incompassivo e aprendemos esta reiterada lição através da oração modelo de Cristo, em Mt 6.12, 14 e 15.  Até nossas ofertas são rejeitadas por Deus, pois se constituem numa religiosidade ritualística e cerimonialística, destituída de real significado (Mt 5.21 a 24).

O verdadeiro teste de amor a Deus perpassa pelo amor ao nosso irmão, mesmo àquele que nos causa dano, sob pena de nos constituirmos mentirosos e hipócritas (I João 4.20 e 21).

III. CONFESSANDO OS PECADOS

Os seis primeiros passos do AA que norteiam o Celebrando a Recuperação são:

1.º O Reconhecimento de que é impotente ante o vício (ou o pecado, no caso) – Rom 7.18;
2.º Um poder superior a nós pode restituir a nossa sanidade (neste caso, Jesus Cristo); portanto precisamos aceitar ajuda – Fp 2.13;
3.º Entregar nossas vidas e vontades aos cuidados de Deus.  Rendição ao senhorio de Cristo – Mt 11.28-30;
4.º Fazer um inventário de si mesmo.  Através de um auto-exame, refletir nos danos causados e sofridos e pedir perdão (Lm 3.40);
5.º Admitir, confessar e reparar os erros (Tg 5.16; I João 1.9);
6.º Permitir que Deus remova os defeitos de caráter, submetendo-se à transformação (Sl 37.5).

À exemplo de Jesus na Cruz do Calvário, sejamos como “a árvore do sândalo
que perfuma até o machado que a corta” (Rabindranath Tagore).

Prof. Francisco Barros
servo do Senhor

[1] Alegrai-vos no Senhor: uma exposição de Filipenses.  SP: Ed. Vida Nova, 1988, p.51.


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