Estudo 9 – Atitudes que atrapalham muito
Texto de
Referência: Gálatas 5.
INTRODUÇÃO
Na lição anterior pudemos nos debruçar rapidamente sobre a analise de
algumas atitudes que atrapalham a comunhão na Igreja do Senhor Jesus
Cristo. Aprendemos que não podemos usar
a liberdade que temos para a destruição de nossos irmãos, culpando-os, ou transferindo
nossas falhas para eles. Vimos que
podemos destruir nossos irmãos, quando não aproveitamos o conflito para
crescimento e o utilizamos na verdade para ressaltar nossa velha natureza, a
qual está camuflada, mas que não subsiste à primeira provocação. Enfim, percebemos que precisamos viver numa
comunidade onde as pessoas não vivam em contínua provocação e combate,
digladiando-se mutuamente como desafetos.
Ao final da lição fizemos uma analise através de um quadro comparativo
que demonstrava as características de uma vida controlada pelo Espírito e outra
que se deixa controlar pela carne e entendemos que a raiz dos problemas reside
em nosso EGO, nosso orgulho e na indisponibilidade que temos em permitir o
completo domínio do Espírito Santo em nossas vidas.
A proposta de Paulo em Romanos 12.1 e 2 continua atual. A não conformidade com os valores deste
século deve ser uma constante na Igreja.
E o amor deve ser a marca distintiva de nossas relações. Nesta lição somos admoestados a evitarmos a
inveja, a mentira e o julgamento.
I. NÃO DEVO TER INVEJA DO MEU IRMÃO
– Quando lemos acerca do fruto do Espírito, constatamos um
paradoxo, um contraste entre todos os itens e neste caso, a inveja aparece como
carro chefe de pelejas, porfias, dissensões e outros. Tudo isso motivado pela cobiça e a
insatisfação em relação aquilo que o meu próximo tem. Já na vida verdadeiramente controlada pelo
Espírito, o amor é a tônica central e assim, a alegria preenche o seu ser. Mas não é a alegria de possuir tudo o que se
quer materialmente falando, e sim a alegria pelo que você tem, sentindo-se
grato a Deus pelo que Ele já lhe proporcionou e alegrando-se com as conquistas
do seu irmão.
Não devemos permitir que nossos sentimentos sejam contaminados por esse
vírus o qual rapidamente se espalha pelo seu corpo e detona todo o seu sistema imunológico,
transformando-o num doente terminal; conforme verificamos em Tiago 1.14, 15: “Cada
um, porém, é tentado pelo próprio mau desejo, sendo por este arrastado e
seduzido. Então esse desejo, tendo concebido, dá à luz o pecado, e o
pecado, após ter se consumado, gera a morte.”
Vejamos como o texto de Gênesis 3.6 ilustra isso de maneira tão clara: “Quando
a mulher viu que a árvore parecia agradável ao paladar, era atraente aos olhos
e, além disso, desejável para dela se obter discernimento, tomou do seu fruto,
comeu-o e o deu a seu marido, que comeu
também.” Percebam como a cobiça
impregna o ser humano e o envolve: “agradável ao paladar [...] atraente aos
olhos [...] desejável para [...] obter discernimento. Três aspectos da
tentação.”
Precisamos ter um discernimento muito acurado acerca das questões
espirituais como assevera o apóstolo João, a fim de não cairmos nas armadilhas
do presente século; como está registrado em 1Jo 2.14-16: “Não amem o mundo nem
o que nele há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o
que há no mundo — a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens
— não provém do Pai, mas do mundo. O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele
que faz a vontade de Deus permanece para sempre.”
II. NÃO DEVO MENTIR PARA O MEU IRMÃO – O inimigo desincumbe-se
muito bem de sua missão, à frente do ministério do engano. Ele é um pai dedicado que zela pelos seus
princípios e cumpre-os cabalmente, indo às últimas conseqüências. Como pai zeloso que é, ele ensina aos seus
filhos desde cedo a senda tortuosa do engano, da mentira e das trevas; e os
seus filhos trilham alegremente por este caminho. Tanto assim que Jesus
adverte: “Vocês pertencem ao pai de vocês, o Diabo, e querem realizar o desejo
dele. Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há
verdade nele. Quando mente, fala a sua
própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44).
Os sectários da mentira têm
nos ensinamentos de seu pai um verdadeiro porto seguro, construído em cima de
uma areia movediça (o salmo 46 invertido): Vocês se vangloriam,
dizendo: “Fizemos um pacto com a morte, com a sepultura fizemos um acordo. Quando
vier a calamidade destruidora, não nos atingirá, pois da mentira fizemos o nosso refúgio e na falsidade temos o nosso
esconderijo” (Is 28.15).
“Por essa razão Deus lhes
envia um poder sedutor, a fim de que creiam na mentira, e sejam condenados
todos os que não creram na verdade, mas tiveram prazer na injustiça.” (II Ts
2.11-12).
Por essa razão. Por causa da rejeição deliberada da verdade (v. 10). Deus lhes envia um poder sedutor. Deus emprega o pecado para castigar os
pecadores (cf. Rm 1.24-28) na
mentira. Não em qualquer mentira, mas na grande mentira de que o homem do
pecado (o anticristo) é Deus (II Ts 24).
O grande problema se
manifesta, no entanto, quando os filhos da luz querem se portar ou se
travestirem em filhos das trevas. Daí o
importante lembrete de Paulo: “Porque outrora vocês eram trevas, mas agora são
luz no Senhor. Vivam como filhos da luz, pois o fruto da luz consiste em toda bondade, justiça e verdade; e
aprendam a discernir o que é agradável
ao Senhor. Não participem das obras infrutíferas das trevas; antes, exponham-nas
à luz. Porque aquilo que eles fazem em oculto, até mencionar é
vergonhoso. Mas, tudo o que é exposto pela luz torna-se visível, pois a
luz torna visíveis todas as coisas.” (Efésios 5.8-13).
Jesus é o filho do Pai das
Luzes, nEle não há trevas! Quando
entregamos o controle de nossas vidas a Ele, o fazemos porque só Ele é o
Caminho, a Verdade e a Vida (João 14.6); e só Ele nos introduzirá à presença de
seu Pai para usufruirmos de Sua maravilhosa luz. Quando o encontramos, assim como aconteceu
com Paulo, somos impactados por sua luz, e o conhecimento desta luz se traduz
em verdade e o conhecimento desta verdade nos liberta (João 8.32).
Resultados da Verdade
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Resultados da Mentira
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Dádiva, ventura
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Desgraça
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Edificação de vidas, relacionamentos, etc.
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Destruição
de vidas, relacionamentos, etc.
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Preservação da integridade do indivíduo
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Degradação
da pessoa humana
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Honestidade, confiabilidade
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Defraudação,
usurpação, desfalque
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Justiça, Equidade
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Injustiça
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Verdade, lealdade
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Engano
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Alentar, encorajar
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Aniquilação
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III. DEVO EVITAR JULGAR O MEU IRMÃO – Observemos o conselho de
Paulo aos crentes da Igreja de Roma, cfe. Romanos 14.12-13: “Assim, cada
um de nós prestará contas de si mesmo a Deus. Portanto,
deixemos de julgar uns aos outros. Em vez disso, façamos o propósito de não
colocar pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão.”
Mt 7.1 “Não julguem, para
que vocês não sejam julgados.”
No entanto, ponderemos com
profundidade no que isto implica, para que não sejamos simplistas no trato com
os filhos das trevas ou com pessoas que procedem de maneira equivocada no que
tange a orientação de Cristo para os seus servos. O cristão não deve julgar de modo hipócrita
ou com base na sua suposta justiça, como se depreende do contexto (Mateus 7.5).
O mesmo pensamento é expresso em Mt 23.13-39 (cf. Rm 2.1). Para obedecermos às
ordens de Cristo expressas nesse capítulo, devemos primeiramente avaliar o
caráter da pessoa — se é um “cão” (Mateus 7.6) ou falso profeta (Mateus 7.15),
ou se a sua vida demonstra ser frutífera (Mateus 7.16). As Escrituras repetidas
vezes exortam os crentes a avaliar com cuidado e escolher entre pessoas e
coisas boas e más (as sexualmente imorais, 1Co 5.9; as que fingem ser anjos da
luz, 2Co 11.14; os cães, Fp 3.2; os falsos profetas, 1Jo 4.1). O cristão deve
por “à prova todas as coisas e ficar com o que é bom” (1Ts 5.21). [Grifo meu].
Veja o caso da profecia, apenas para exemplificar uma questão
interessante de julgamento:
1Ts 5.21 mas ponham à prova
todas as coisas e fiquem com o que é bom.
Ponham à prova todas as
coisas. A aprovação do dom da profecia (1Ts 5.20) não significa que qualquer
pessoa que alega falar em nome do Senhor deva ser aceita sem critérios. Paulo
não diz quais testes específicos devem ser aplicados, mas deixa claro que cada
doutrina deve ser avaliada — certamente todas elas deverão estar de acordo com
o evangelho por ele pregado.
Isto posto, entendamos o que
o autor quis colocar à nossa apreciação, “antes de procurarmos a postura do
julgamento, precisamos amar e respeitar os nossos irmãos em Cristo. O exercício proposto aqui é o de aprendermos
a conviver com os que pensam diferente de nós (conforme salientamos na lição
passada). Isto não significa uma
ausência de regras e de valores.” Apenas
precisamos estabelecer em nossa conduta ética relacional o parâmetro do amor;
guiados por este sentimento “amaremos o próximo como a nós mesmos”, evitaremos
entristecê-lo e constrangê-lo.
Podemos substituir o
procedimento do julgamento, pelo cuidado, aconselhamento e acompanhamento de
nossos irmãos. Entendendo que o não
julgar não implica em passividade, muito menos em cumplicidade; ou seja, não
podemos apoiar o erro do nosso irmão.
Não podemos deixar que ele prossiga cegamente rumo ao precipício, como
também não podemos empurrá-lo para o precipício. “Pensem nisto, pois: Quem sabe que deve
fazer o bem e não o faz, comete pecado.” (Tiago 4.17).
Assim sendo, não arregale
seus olhos para achar falhas no seu irmão, mas também, não feche seus olhos
para ajudá-lo.
Estamos estudando essa lição na nossa EBD, muito boa a colação do pastor Francisco, gostei os seu modo de explicar e tem me ajudado nas minhas lições. Deus continue abençoando.
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