sexta-feira, 11 de abril de 2014

Aula EBD 9 – Atitudes que atrapalham muito. IBCA, 13/04/14.


Estudo 9 – Atitudes que atrapalham muito

Texto de Referência: Gálatas 5.
INTRODUÇÃO
Na lição anterior pudemos nos debruçar rapidamente sobre a analise de algumas atitudes que atrapalham a comunhão na Igreja do Senhor Jesus Cristo.  Aprendemos que não podemos usar a liberdade que temos para a destruição de nossos irmãos, culpando-os, ou transferindo nossas falhas para eles.  Vimos que podemos destruir nossos irmãos, quando não aproveitamos o conflito para crescimento e o utilizamos na verdade para ressaltar nossa velha natureza, a qual está camuflada, mas que não subsiste à primeira provocação.  Enfim, percebemos que precisamos viver numa comunidade onde as pessoas não vivam em contínua provocação e combate, digladiando-se mutuamente como desafetos.

Ao final da lição fizemos uma analise através de um quadro comparativo que demonstrava as características de uma vida controlada pelo Espírito e outra que se deixa controlar pela carne e entendemos que a raiz dos problemas reside em nosso EGO, nosso orgulho e na indisponibilidade que temos em permitir o completo domínio do Espírito Santo em nossas vidas.

A proposta de Paulo em Romanos 12.1 e 2 continua atual.  A não conformidade com os valores deste século deve ser uma constante na Igreja.  E o amor deve ser a marca distintiva de nossas relações.  Nesta lição somos admoestados a evitarmos a inveja, a mentira e o julgamento.

I. NÃO DEVO TER INVEJA DO MEU IRMÃO – Quando lemos acerca do fruto do Espírito, constatamos um paradoxo, um contraste entre todos os itens e neste caso, a inveja aparece como carro chefe de pelejas, porfias, dissensões e outros.  Tudo isso motivado pela cobiça e a insatisfação em relação aquilo que o meu próximo tem.  Já na vida verdadeiramente controlada pelo Espírito, o amor é a tônica central e assim, a alegria preenche o seu ser.  Mas não é a alegria de possuir tudo o que se quer materialmente falando, e sim a alegria pelo que você tem, sentindo-se grato a Deus pelo que Ele já lhe proporcionou e alegrando-se com as conquistas do seu irmão. 

Não devemos permitir que nossos sentimentos sejam contaminados por esse vírus o qual rapidamente se espalha pelo seu corpo e detona todo o seu sistema imunológico, transformando-o num doente terminal; conforme verificamos em Tiago 1.14, 15: “Cada um, porém, é tentado pelo próprio mau desejo, sendo por este arrastado e seduzido. Então esse desejo, tendo concebido, dá à luz o pecado, e o pecado, após ter se consumado, gera a morte.”  Vejamos como o texto de Gênesis 3.6 ilustra isso de maneira tão clara: “Quando a mulher viu que a árvore parecia agradável ao paladar, era atraente aos olhos e, além disso, desejável para dela se obter discernimento, tomou do seu fruto, comeu-o e o deu a seu marido, que comeu  também.”  Percebam como a cobiça impregna o ser humano e o envolve: “agradável ao paladar [...] atraente aos olhos [...] desejável para [...] obter discernimento. Três aspectos da tentação.”

Precisamos ter um discernimento muito acurado acerca das questões espirituais como assevera o apóstolo João, a fim de não cairmos nas armadilhas do presente século; como está registrado em 1Jo 2.14-16: “Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo — a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens — não provém do Pai, mas do mundo. O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.”

II. NÃO DEVO MENTIR PARA O MEU IRMÃO – O inimigo desincumbe-se muito bem de sua missão, à frente do ministério do engano.  Ele é um pai dedicado que zela pelos seus princípios e cumpre-os cabalmente, indo às últimas conseqüências.  Como pai zeloso que é, ele ensina aos seus filhos desde cedo a senda tortuosa do engano, da mentira e das trevas; e os seus filhos trilham alegremente por este caminho.  Tanto assim que Jesus adverte: “Vocês pertencem ao pai de vocês, o Diabo, e querem realizar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44).

Os sectários da mentira têm nos ensinamentos de seu pai um verdadeiro porto seguro, construído em cima de uma areia movediça (o salmo 46 invertido):  Vocês se vangloriam, dizendo: “Fizemos um pacto com a morte, com a sepultura fizemos um acordo. Quando vier a calamidade destruidora, não nos atingirá, pois da mentira fizemos o nosso refúgio e na falsidade temos o nosso esconderijo” (Is 28.15).

“Por essa razão Deus lhes envia um poder sedutor, a fim de que creiam na mentira, e sejam condenados todos os que não creram na verdade, mas tiveram prazer na injustiça.” (II Ts 2.11-12).
Por essa razão. Por causa da rejeição deliberada da verdade (v. 10). Deus lhes envia um poder sedutor. Deus emprega o pecado para castigar os pecadores (cf. Rm 1.24-28) na mentira. Não em qualquer mentira, mas na grande mentira de que o homem do pecado (o anticristo) é Deus (II Ts 24).

O grande problema se manifesta, no entanto, quando os filhos da luz querem se portar ou se travestirem em filhos das trevas.  Daí o importante lembrete de Paulo: “Porque outrora vocês eram trevas, mas agora são luz no Senhor. Vivam como filhos da luz, pois o fruto da luz consiste em toda bondade, justiça e verdade; e aprendam a discernir o que é agradável ao Senhor. Não participem das obras infrutíferas das trevas; antes, exponham-nas à luz. Porque aquilo que eles fazem em oculto, até mencionar é vergonhoso. Mas, tudo o que é exposto pela luz torna-se visível, pois a luz torna visíveis todas as coisas.” (Efésios 5.8-13).

Jesus é o filho do Pai das Luzes, nEle não há trevas!  Quando entregamos o controle de nossas vidas a Ele, o fazemos porque só Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida (João 14.6); e só Ele nos introduzirá à presença de seu Pai para usufruirmos de Sua maravilhosa luz.  Quando o encontramos, assim como aconteceu com Paulo, somos impactados por sua luz, e o conhecimento desta luz se traduz em verdade e o conhecimento desta verdade nos liberta (João 8.32).

Resultados da Verdade
Resultados da Mentira
Dádiva, ventura
Desgraça
Edificação de vidas, relacionamentos, etc.
Destruição de vidas, relacionamentos, etc.
Preservação da integridade do indivíduo
Degradação da pessoa humana
Honestidade, confiabilidade
Defraudação, usurpação, desfalque
Justiça, Equidade
Injustiça
Verdade, lealdade
Engano
Alentar, encorajar
Aniquilação


III. DEVO EVITAR JULGAR O MEU IRMÃO – Observemos o conselho de Paulo aos crentes da Igreja de Roma, cfe. Romanos 14.12-13:  “Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus. Portanto, deixemos de julgar uns aos outros. Em vez disso, façamos o propósito de não colocar pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão.”

Mt 7.1 “Não julguem, para que vocês não sejam julgados.”

No entanto, ponderemos com profundidade no que isto implica, para que não sejamos simplistas no trato com os filhos das trevas ou com pessoas que procedem de maneira equivocada no que tange a orientação de Cristo para os seus servos.  O cristão não deve julgar de modo hipócrita ou com base na sua suposta justiça, como se depreende do contexto (Mateus 7.5). O mesmo pensamento é expresso em Mt 23.13-39 (cf. Rm 2.1). Para obedecermos às ordens de Cristo expressas nesse capítulo, devemos primeiramente avaliar o caráter da pessoa — se é um “cão” (Mateus 7.6) ou falso profeta (Mateus 7.15), ou se a sua vida demonstra ser frutífera (Mateus 7.16). As Escrituras repetidas vezes exortam os crentes a avaliar com cuidado e escolher entre pessoas e coisas boas e más (as sexualmente imorais, 1Co 5.9; as que fingem ser anjos da luz, 2Co 11.14; os cães, Fp 3.2; os falsos profetas, 1Jo 4.1). O cristão deve por “à prova todas as coisas e ficar com o que é bom” (1Ts 5.21).  [Grifo meu].  Veja o caso da profecia, apenas para exemplificar uma questão interessante de julgamento:

1Ts 5.21 mas ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom.
Ponham à prova todas as coisas. A aprovação do dom da profecia (1Ts 5.20) não significa que qualquer pessoa que alega falar em nome do Senhor deva ser aceita sem critérios. Paulo não diz quais testes específicos devem ser aplicados, mas deixa claro que cada doutrina deve ser avaliada — certamente todas elas deverão estar de acordo com o evangelho por ele pregado.

Isto posto, entendamos o que o autor quis colocar à nossa apreciação, “antes de procurarmos a postura do julgamento, precisamos amar e respeitar os nossos irmãos em Cristo.  O exercício proposto aqui é o de aprendermos a conviver com os que pensam diferente de nós (conforme salientamos na lição passada).  Isto não significa uma ausência de regras e de valores.”  Apenas precisamos estabelecer em nossa conduta ética relacional o parâmetro do amor; guiados por este sentimento “amaremos o próximo como a nós mesmos”, evitaremos entristecê-lo e constrangê-lo. 

Podemos substituir o procedimento do julgamento, pelo cuidado, aconselhamento e acompanhamento de nossos irmãos.  Entendendo que o não julgar não implica em passividade, muito menos em cumplicidade; ou seja, não podemos apoiar o erro do nosso irmão.  Não podemos deixar que ele prossiga cegamente rumo ao precipício, como também não podemos empurrá-lo para o precipício.   “Pensem nisto, pois: Quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado.” (Tiago 4.17). 

Assim sendo, não arregale seus olhos para achar falhas no seu irmão, mas também, não feche seus olhos para ajudá-lo.

Um comentário:

  1. Estamos estudando essa lição na nossa EBD, muito boa a colação do pastor Francisco, gostei os seu modo de explicar e tem me ajudado nas minhas lições. Deus continue abençoando.

    ResponderExcluir